Cena do filme "Amadeus" (Mozart e Salieri) |
Ouvi dizer que preciso gostar de música clássica. Isso é:
se eu for inteligente. Se, por acaso, eu for burro, o funk é o caminho. Mas
afinal, quem inventou isso? Ninguém. Trata-se apenas de mais uma regra cultural
imposta pela sociedade.
O esteriótipo
clássico da Música Clássica traz a tona um grande baile. Um salão composto pela
nobre aristocracia. Mulheres trajando perucas enormes e longos vestidos. Homens
(igualmente no tamanho das perucas) vestindo smokings com babados exagerados.
Todos eles dançando harmonicamente ao som de um piano e/ou de um violino.
O Funk, por
sua vez, nos remete a um baile completamente diferente. Nele, uma música
estridente soa por um alto-falante de baixa qualidade, emitindo um ruído
constante que não faz parte da canção. Mulheres seminuas dançam sensualmente
com cavalheiros que ostentam cabelos descoloridos. E é isso.
A música
clássica, portanto, comporta um ambiente organizado, requintado e sereno. O
Funk, um local sujo, depravado e libertino. Um contraste perfeito entre o
rótulo celestial e o clichê do inferno. Afinal, não há nada melhor para se
explicar um estereótipo do que outro estereótipo qualquer.
Esse é o
parágrafo final, onde deveria ocorrer uma reviravolta. Seria feito uma crítica
às imposições sociais e ao preconceito. Gosto pessoal e opinião própria seriam
debatidos. O problema é que eu não consegui pensar em nada de bom para
argumentar a favor do Funk. E isso não significa que eu seja um defensor
assíduo da Música Clássica. Em minha opinião, ela torna-se muito entediante
após 30 minutos de reprodução. O melhor, então, é concluir aconselhando a ouvir
a música Rock. Sem dúvida, o Rock é o equilíbrio e o meio termo entre os dois (o
Funk e a Clássica). Pelo menos é o que ouvi dizer.
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